Pesquisadores do Instituto de Ciências e Tecnologia de Kyoto e da Universidade Keio, localizada em Tóquio, descobriram bactérias que podem degradar o PET poli(tereftalato de etileno). Os estudos foram publicados na revista Science em março de 2016, e há um estudo relacionado publicado na Nature Communications em abril de 2019, com a participação da Universidade alemã Greifswald e do Centro de Pesquisa Helmholtz-Zentrum Berlin para Materiais e Energia.
A nova bactéria chamada de Ideonella sakaienses 201-F6 produz duas enzimas(PETase e MHETase), que são capazes de hidrolizar o material PET, e utilizar como fonte de energia. A pesquisa começou na busca por agentes microbianos no ambiente natural, as amostras escolhidas foram cultivadas em um meio de cultura suplementado com um filme PET como principal fonte de carbono. Após algumas semanas pode-se observar a degradação do material, a bactéria em especial foi isolada, e através da análise do seu genoma procurou-se entender o mecanismo da reação. Foi constatado que a enzima PETase seria a iniciante no processo de degradação, decompondo o PET em ácido mono (2-hidroxietil) tereftálico, o composto MHET. A continuidade do processo seria então feita pela enzima MHETase que decompõe o material em seus monômeros iniciais, ácido tereftálico e o etilenoglicol.
A pesquisa tem o objetivo de viabilizar uma futura reciclagem do PET por um processo biológico, que comparando com os processos químicos de reciclagem que são utilizados hoje, pode vir a ser mais econômico e ecológico.
Estes estudos podem contribuir futuramente para a reciclagem, mas o momento atual exige uma ação urgente. O PET é muito utilizado na produção de garrafas e na produção de roupas. E destaca-se a falta de eficiência e de obrigatoriedade da logística reversa na reciclagem destes e outros produtos.
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