De acordo com o material de levantamento do World Economic Forum de 2016, que aborda o tema "A nova economia do plástico Repensando o futuro", todos os anos pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico vazam para os oceanos, o equivalente a despejar um caminhão de lixo por minuto. E há uma estimativa de que exista atualmente mais de 150 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, e até 2050 pode haver mais plástico do que peixes. O relatório também relata que apenas 14% das embalagens plásticas produzidas são coletadas para reciclagem, e levantou a questão do impacto nas emissões dos gases que causam o efeito estufa.
A China que foi o principal receptor do "lixo" que é gerado no mundo todo, durante décadas, determinou em meados de 2018 o fim destas operações; principalmente por pressões ambientais. Esta decisão expôs os problemas de reciclagem de outros países, após a nova medida adotada pela China alguns países passaram a encaminhar seus carregamentos para outros países asiáticos. A princípio os países desenvolvidos como Japão, EUA e União Européia, enviavam o seu "lixo" reciclável para a Ásia para que fosse processado, a parceria tinha o objetivo de gerar empregos e lucros para esses países de destino, mas analistas e ambientalistas começaram a verificar e a denunciar que os lixos que estavam sendo enviados aos países asiáticos continham produtos tóxicos e com composições de difícil processamento. Com as denúncias, outros países asiáticos como Filipinas, Malásia, Tailândia e Vietnã, adotaram medidas protetivas para proibir a entrada de cargas vindas de outros países, que não estejam dentro do acordo para reciclagem. Segundo um estudo feito pelo Centro Helmholtz de Pesquisas Ambientais apontado pela ONU, 90% dos plásticos que vão para os oceanos, tem a origem concentrada em 10 rios, sendo que oito deles estão na Ásia. E todos esses acontecimentos que ocorreram nos últimos tempos tem intensificado os debates e a pressão para que principalmente as nações mais desenvolvidas assumam a sua responsabilidade no impacto ambiental.
A Indonésia enfrenta um grave problema de poluição marinha pelos resíduos gerados no país e pelos importados dos outros países, após a China não aceitar mais receber os resíduos de estrangeiros. Foi implantado uma Plano de ação que visa reduzir os lixos no oceano em 70% até 2025.
A Malásia declarou no início de 2020 que devolveu 150 contêineres de "lixo" para seus países de origem, entre esses estão Canadá, EUA, Espanha, França, Portugal, Reino Unido e Japão. As autoridades locais alegaram que as cargas foram enviadas ilegalmente, através de falsas declarações, e que existem muitas fábricas de reciclagem no país que funcionam sem licenciamento, o que vem trazendo consequências ambientais. A Malásia estava recebendo quantidades de "lixo" dos países estrangeiros, além da sua capacidade de reciclagem.
Na Índia a justiça determinou que fosse banido todo o tipo de plástico descartável da capital Nova Déli. A Cidade de Mumbai, considerada o centro financeiro da Índia também proibiu os plásticos de uso único em 2018. O país se planeja para banir todos os plásticos de uso único até 2022.
Na União Européia o parlamento aprovou em 2019 a proibição de uma série de produtos descartáveis como talheres, copos, pratos, cotonetes, canudos. Os plásticos oxidegradáveis, que são polímeros de origem fóssil com aditivos de sais metálicos que catalisam a sua degradação; estão incluídos nesta medida proibitiva, estes produtos sofrem uma fragmentação que é acelerada pela presença de oxigênio, luz, calor e umidade; e há controvérsias quanto a questão dessas pequenas partículas que podem ficar na natureza e liberar gases do efeito estufa, metais e outros compostos como pigmentos de tintas que fazem parte da sua composição. Veja o posicionamento da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (ABIPLAST) com relação aos aditivos pró-degradantes, e que cita pesquisas sobre o assunto.
Os recipientes de poliestireno expandido (isopor) também estarão proibidos na UE a partir de 2021. Observando que a medida proíbe o uso de plásticos descartáveis aos quais existem produtos feitos de outros materiais como alternativa. A UE também vai exigir que as garrafas plásticas contenham 25% de material reciclado até 2025 e 30% até 2030, e projeta coletar e reciclar 90% das garrafas plásticas até 2029. A UE recicla em média 25% dos 25 milhões de toneladas de "lixo" plástico que produz anualmente.
Nos Estados Unidos, a Cidade de São Francisco em 2017, e a Cidade de Nova York em 2019, proibiram o uso de utensílios de poliestireno expandido (isopor).
O Canadá anunciou em 2019 que pretende adotar uma medida que proíbe a partir de 2021 o uso de plásticos descartáveis, incluindo as garrafas e sacolas de compras. Em 2019 o país recebeu de volta 1500 toneladas de "lixo" das Filipinas, a carga foi enviada entre 2013 e 2014. O governo das Filipinas aguardava um acordo para a devolução, o mesmo afirma que a carga foi enviada sendo declarada como plásticos para reciclagem, mas na verdade tratava-se de lixo eletrônico e doméstico. Apesar do ocorrido o país adota uma política de reciclagem e coleta seletiva que é elogiada pela organização.
A Nova Zelândia proibiu a distribuição de sacolas plásticas nos comércios em 2019.
Ruanda na África proibiu a produção e o uso de sacos plásticos descartáveis desde 2008, os países africanos, cujo muitos tem índices sociais e econômicos precários, estão servindo de exemplo para o mundo.
A Tanzânia proibiu a fabricação e o uso de sacos plásticos descartáveis inclusive para turistas, com previsão de multa e prisão para quem desobedecer.
O Quênia anunciou a proibição de plásticos de uso único nas áreas protegidas do país a partir de 2020.
Na América Latina o Panamá começou a proibir o uso de sacolas plásticas descartáveis em 2019. Na Cidade do México foi proibido a partir de 2020 a distribuição e o uso de produtos plásticos de uso único e de sacolas que não sejam compostáveis. A Costa Rica planeja uma estratégia para proibir todos os utensílios plásticos de uso único a partir de 2021.
O Chile proibiu em 2018 a distribuição e o uso de sacolas plásticas pelos comércios. A Colômbia proibiu a partir de 2020 o uso de objetos plásticos descartáveis em seus parques naturais.
No Brasil a Cidade de São Paulo sancionou uma lei no início de 2020 que proíbe que os comércios e serviços forneçam produtos de plástico descartáveis. Os estabelecimentos tem um prazo para adaptação até 2021, e há um estudo para se permitir utilizar produtos de materiais similares biodegradáveis, compostáveis e reutilizáveis. A maioria das outras capitais que tem alguma proibição quanto a materiais de plástico refere-se a canudinhos e copos plásticos. Fernando de Noronha/PE proibiu a entrada e comercialização de plásticos descartáveis em 2019.
Segundo levantamento da WWF(Fundo Mundial para a Natureza), o Brasil é o quarto maior produtor de"lixo" plástico do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Índia. Produz cerca de 11 milhões de toneladas de "lixo" plástico por ano, e recicla em média 1,2%, o que equivale a 145 mil toneladas.
E na caminhada da transformação há novos produtos lançados como utensílios descartáveis como talheres, copos, canudos, bandejas e embalagens, que são biodegradáveis e podem ser feitos a base de Amido de milho, Bagaço de cana de açúcar, Bagaço de maçã, Fibra de trigo, Casca de laranja, e etc.
Empresa Biotrem cria talheres e
pratos comestíveis feitos de Farelo
de Trigo e que podem se decompor
em 30 dias através da compostagem.
Na USP de Ribeirão Preto, a química Bianca Chieregato Maniglia, desenvolveu um filme plástico biodegradável, a partir de amidos presentes em resíduos industriais de óleo de babaçu, cúrcuma e urucum.
Os filmes podem ser usados como embalagens bioativas, pois contém compostos fenólicos que conferem propriedades antioxidantes e antimicrobianas.O grupo de pesquisa está analisando outros resíduos industriais que podem servir como aditivos para melhorar as propriedades do filme biodegradável.
E na Universidade Federal do Paraná- UFPR, pesquisadores desenvolveram uma embalagem biodegradável com base em amido, algas e outros aditivos. Testes foram realizados no Laboratório de Engenharia Bioquímica e Biotecnologia (Lengebio), e demonstraram que o material pode se desintegrar em 5 meses.
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